terça-feira, 16 de janeiro de 2018

Introdução à minha Eclésia Cultural

   O que estou fazendo por aqui? Qual o propósito de colocar este meu pingo de produção num evidente oceano de ideias que nos esmaga diariamente? Apenas um: incentivar. A quem? A mim? A você? A todos nós, eu digo. A mim mesmo, porque cada vez que tenciono compartilhar algo do que venho feito, estudado, pesquisado, sou obrigado a me esmerar sobremaneira para fazê-lo com êxito. A você, leitor, aluno, colega, pois qual propósito mais elevado para quem sabe algo - ou busca saber - do que compartilhar o resultado obtido e incentivar a busca por mais? Afinal, todos fazemos parte desta Eclésia.

   Sólon, o estadista, legislador e poeta grego, criou a ekklesia em 594 a. C. A palavra significa assembleia, e esta era o símbolo máximo da democracia ateniense. Assembleia, onde os cidadãos se reuniam para discutir, propor, executar. Temos já então um significado pesado, profundo. A eclésia é onde os homens são iguais, onde unem suas mentes, onde compartilham seus talentos, tudo para o bem da pólis. 

   Todavia, à esta magnífica palavra se juntam significados ainda mais poderosos, místicos, uma vez que ela é usada para falar de outro fenômeno que, junto da cultura helênica e do direito romano, moldou o Ocidente. A Igreja. O apóstolo e autor neotestamentário São Paulo, compositor da maior parte do Novo Testamento, usa essa palavra para designar o novo grupo do qual faz parte e é líder. O conceito de igreja nasce assim, uma assembleia, uma reunião de pessoas. É verdade que o mesmo evolui, como explicam autores como Andre Vauchez, em livros como Gênese da Espiritualidade Medieval. Percebe-se que o conceito evolui de simples reunião dos fiéis, para o local físico onde se reuniam (os templos), para, por fim, significar a instituição mesma que dominou o Ocidente "medieval", A Igreja. Instituição essa que, longe de ser propagadora das trevas que o Iluminismo europeu quis a ela relacionar, foi uma das forças motrizes de desenvolvimento deste nosso lado do planeta, produzindo códigos morais, reflexões teológicas, teorias filosóficas e, ainda por cima, sendo a própria mãe do chamado pensamento científico, criando, desde o final do século XI, as Universidades. 

   A eclésia é, então, uma grande reunião. Quero convidar você que me lê a fazer parte da minha. Aqui compartilharei estudos, tanto meus quanto de outros e sobre variados assuntos, reflexões, opiniões sobre assuntos contemporâneos, e também produções artísticas. Algumas minhas (como minhas ilustrações) como de artistas que admiro. Ah, se você quiser divulgar algo por aqui, é só me escrever. Que amizades possam surgir, como já tem acontecido por essas redes. Que nossa estadia nessa Eclésia Cultural seja próspera!


Abaixo, uma ilustração minha, feita neste 2018 A.D. 


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